“Com Amor, Simon” é um excelente filme sobre o medo de ser desaprovado. Na prática, viver à espera da aprovação do outro é, decerto, um grande vazio, mas quando o outro consiste em sua família e em seus melhores amigos, a situação adquire nova configuração.
No filme, “Com amor, Simon“, Simon passa por uma onda de autoconhecimento, autodescoberta, autoestima e autorreflexão, afinal ele descobre que é gay e tem certeza absoluta disso. Mas e as pessoas ao seu redor? Será que seus amigos e familiares vão enxergá-lo da mesma forma no momento em que ele mostrar quem é de verdade?
É exatamente nesse instante em que o personagem conhece Blue, ele inicia a fase da paixão, do amor à primeira vista (neste caso, o primeiro e-mail enviado), que o deixa distraído, curioso, ansioso e com borboletas no estômago. Sinceramente, não tem como não se identificar com Simon.
Contudo, exatamente no minuto em que seu segredo é tirado de suas mãos, uma nova série de sentimentos surge: raiva de Martin, medo de decepcionar seus amigos e seus pais; medo de afastar Blue, de se machucar e não saber mais quem ele é.
É neste desenvolvimento que o roteiro de Com Amor, Simon prende a nossa atenção até o fim, pois acompanhamos os dilemas do protagonista, a relação bonita com sua família e a amizade com Leah (Katherine Langford), Abby e Nick (Jorge Lendeborg Jr) que é gostosa de acompanhar.
O filme acerta ao escalar um elenco teen que tem uma química natural, funcional e um entrosamento íntimo que dá a sensação de que o espectador também faz parte daquele grupo. Como o foco é em Simon, não temos um aprofundamento maior nos personagens secundários, apenas nos arcos quando o protagonista está presente.
De todos, Abby é quem ganha um pouco mais de espaço na trama e o público tem detalhes sobre sua família e passado. Mas isso não quer dizer que seja ruim, pelo contrário, o grupo faz o filme funcionar.
No filme “Com amor, Simon”, os pais do Simon têm poucas aparições, mas conseguem se destacar em todas elas, tanto com o carisma de Duhamel quanto o carinho de Garner.
Aliás, na reta final, ambos têm uma cena que podem fazer o público se emocionar.
Quem também pouco aparece, mas faz bonito é a professora de teatro Mrs. Albright (Natasha Rothwell) que tem momentos ácidos e engraçados e uma cena digna de aplausos.
Já Tony Hale interpreta o excêntrico diretor Mr. Worth que tem uma personalidade inusitada que gera até algumas cenas “vergonha alheia”, mas com a finalidade de se enturmar com os jovens.
Ainda assim, o filme conta uma trilha sonora bem eclética, funciona como romance, como drama adolescente e como comédia. Super recomendado!
Aproveito também para recomendar a todos que possuem o Star+, serviço da Disney, assistirem o filme e também o “Com amor, Victor”, que terá um post especial em breve aqui no Coliseu Geek! 🙂