Review: Forza Motorsport 7

Durante a E3 de 2017, a Microsoft exibiu o primeiro trailer oficial de Forza Motorsport 7. Durante o evento, foi mostrado o Porsche GT2 RS 4K durante a apresentação, visando ressaltar a grande parceria com a Porsche. A empresa vai acrescentar o veículo ao game, além de inúmeros outros modelos de veículos, como já de costume nas franquias Motorsport e Horizon. Será que o game cumpre com o que foi prometido? Descubra em nosso review! 🙂

Antes de mais nada, é importante lembrar que Forza Motorsport 7 é a excelente forma da Microsoft exibir o poder de fogo do novo Xbox One X, seu novo console preparado para novas tecnologias do mercado. Ver o game rodando é uma experiência única, tamanha a quantidade de detalhes vistos: esse é um daqueles títulos que fazem um parente distraído perguntar qual filme está passando na TV enquanto você joga. Pode acreditar. Experiência própria! 😉

Graças às novas e poderosas especificações do console, Forza Motorsport 7 roda em resolução 4K e a 60 quadros por segundo nativo, sem engasgos. Outra característica interessante é que as variações climáticas deixaram de ser apenas um modo, como eram no Forza Motorsport 6, e agora são dinâmicas. Ou seja, você pode começar uma corrida com sol a pino e céu de brigadeiro e, aos poucos, ver a chuva chegando ao circuito. No fim da corrida, conseguir enxergar um palmo a sua frente será muita sorte.

Para ter ideia do nível de detalhe, partes que antes eram consideradas “mortas” no game de corrida agora ganharam vida. É o caso, por exemplo, dos retrovisores, que agora balançam por causa do vento fora do cockpit ou chacoalham em uma investida mais agressiva na zebra. É o tipo de preocupação que a Turn 10 Studios teve para trazer um realismo nunca antes visto.

Ainda assim, em Forza Motorsport 7 você conta com 30 circuitos e mais de 200 opções de personalização de corrida para o player. O game também reúne a maior quantidade de Lamborghini, Ferrari e Porsche que um jogo de corrida já viu, e um total de 700 veículos de tirar o fôlego. Em outras palavras, são 150 veículos a mais que em Forza Motorsport 6. Ah, e já que falamos da Porsche, a fabricante alemã fechou um contrato de seis anos com a Microsoft, pondo fim à antiga parceria que existia com a Electronic Arts e a série Need for Speed.

Em uma espécie de comemoração a essa nova fase, a montadora de automóveis fez do palco da E3 2017 um salão automobilístico, e pela primeira vez na história apresentou um novo modelo da linha GT ali. Estamos falando do Porsche 2018 911 GT2RS, que também é a capa oficial de Forza Motorsport 7.

Forza Motorsport 7 é um game encantador, assim como seus antecessores. Finalmente a franquia Horizon, o irmão mais novo, começou a devolver o favor à série Motorsport por, bem, ter lhe dado a vida, não é mesmo? Isso veio através do excelente trabalho feito pela equipe de desenvolvimento do Forza Horizon 3 no desenvolvimento de novas texturas para os céus do game e que agora foi aprimorado em grande estilo no Forza 7.

A “cereja do bolo” é que, sendo um game considerado como flagship que vem para extrair tudo que o hardware do Xbox One tem para oferecer, tudo roda em 1080p e 60 frames por segundo sem dar sinais de que vai ter problemas de desempenho. Melhor ainda, se você tem uma PC ou mesmo um Xbox One X, é possível aproveitar ao máximo tudo em 4K e 60 frames por segundo. Que maravilha, não? 😀

Vale apontar que, no PC, há casos em que o game apresentou problemas de otimização, em especial na parte de multi-threading, resultando no mal aproveitamento dos núcleos dos processadores. Esses problemas são similares aos que já haviam sido vistos no lançamento do Forza Horizon 3.

Um outro aspecto positivo que vale a pena destacar é a nova função de clima dinâmico presente durante as corridas. Diferente do que rolava em Forza Motorsport 6, em que você podia escolher correr em uma versão da pista com chuva, agora é possível determinar qual a probabilidade de chuva no início, meio ou fim do evento, de forma customizada ou automática.

Além disso, o efeito de transição automático está extremamente agradável aos olhos, parece muito natural e a chuva em si está simplesmente bem realista. Ver o céu nublado ficando cada vez mais fechado e escuro, as primeiras gotas de chuva caindo, as poças surgindo progressivamente e tudo se transformando em uma tempestade, com raios e trovões é algo realmente muito legal.

Ah! Não podemos deixar de lembrá-lo que, em algumas pistas também o efeito leve de clima dinâmico encontra-se presente nativamente, com o sol se pondo ou nascendo em determinados momentos, mas isso não é customizável – nada que quebre muito a imersão já esperada do Forza 7.

A parte de sonora de Forza Motorsport 7 também deu um passo importante em sua evolução e, se na sexta edição do game ela já era boa, agora ela está ainda melhor com novidades. O ronco dos veículos, o estralo nas reduzidas bruscas, o assovio das turbinas dos carros japoneses, tudo continua soando brilhantemente bem, proporcionando um realismo incrível.

Nos carros de corrida, por exemplo, a câmera do cockpit traz o efeito de reverberação do interior sem qualquer tipo de isolamento acústico. Logo, é possível ouvir o barulho dos equipamentos chacoalhando dentro do veículo, os pneus dão o aviso de quando estão no limite máximo da aderência e os demais efeitos estão com uma qualidade realmente excepcional – uma melhora que parecia difícil de conseguir diante do ótimo trabalho feito nos últimos dois games da franquia.

Um ponto que foi mencionado no review do Forza Motorsport 6, que era a trilha sonora, finalmente foi aprimorado substancialmente. Embora presente só nos menus e ao fundo em partes específicas das pistas, o que antes era uma tentativa de deixar tudo incrível com músicas épicas, agora é uma seleção acertada de sons mais envolventes.

A demo de Forza Motorsport 7 fez com que várias pessoas torcessem o nariz com a forma como o Porsche 911 GT2 RS se comportava, mas ao meu ver a mudança na física e na jogabilidade pode e deve ser considerada como muito bem-vinda – uma das coisas que contribuiu bastante para acabar com o receio de que o jogo fosse vir “mais do mesmo”, literalmente.

Essa mudança, de uma forma menos brusca do comum, veio para todos os outros veículos do game, que agora passam uma sensação melhor de peso e, em contrapartida, oferecem uma direção bem mais precisa e, adivinhe: realista. Alguns veículos estão mais fáceis de pilotar do que o outro, é verdade, mas essa variedade é um dos grandes atrativos e diferenciais do game.

Quem precisar pode sempre recorrer às assistências, que ajudam bastante a manter o carro onde ele deve estar: no asfalto. Para os mais experientes, basta desligar tudo e passar por um breve período de adaptação e você não deve ter qualquer problema se estiver acostumado com as versões anteriores do game.

A chuva dinâmica também influencia (e muito!) a jogabilidade e tira a aderência à medida que a superfície vai ficando mais escorregadia. As poças, que eram complicadas em Forza Motorsport 6, agora aparecem de forma procedural e impactam de uma forma bem menos traumática, o que faz com que a pilotagem na chuva seja desafiadora, mas agradável ao mesmo tempo.

Imagem: Xbox